domingo, 6 de setembro de 2009

INFLUÊNCIAS

Todos somos influenciados, quer queiramos quer não, em maior ou menor escala, consoante o nosso grau de independência relativamente aos aspectos essenciais da vida em sociedade.
Quanto maior for o sentido da responsabilidade, aliado ao dever intrínseco de cada um  em cumprir com os deveres de cidadania, menor é a influência e dependência face aos constantes apelos externos que proliferam na sociedade contemporânea.
A influência dos poderosos; política, económica e mesmo religiosa (já foi mais preponderante) é notória na sociedade, em pequenos e aparentemente irrelevantes  gestos, actos e atitudes. Aos olhos da maioria das pessoas é até tomado como um sinal de respeito, de prestígio, de autoridade, ... de poder!
O culto do poder é infelizmente ainda tido como algo que se tem para dominar os outros, para ser preponderante. Contrariamente, o detentor do poder deve usar esse poder em benefício da sociedade, quer no aspecto político, religioso e económico, por que esse poder advém dos outros, que através do voto, da fé ou do trabalho o elegeram, como sendo o mais indicado para exercer esse poder.
Ninguém no mundo, sozinho, consegue o poder sem a ajuda dos outros. O único poder que cada um pode obter sem a ajuda dos outros é o próprio poder (auto controle) sobre si mesmo. Aquele que consegue este domínio, costuma-se dizer que é dono de si e do mundo.
O ser que consegue este feito é normalmente um ser independente, íntegro, com uma personalidade e carácter invulgares. Nos dias de hoje poucos o conseguem e os que realmente conseguem reunir todos os atributos necessários, para se afirmar como tal, são sem dúvida os verdadeiros detentores do poder.
O mundo e a sociedade que formamos impedem-nos de seguir os sãos princípios que conduzem a um verdadeiro estado de poder.
Costuma-se dizer que o poder, tal como a maioria o entende, corrompe; ora, o poder como deve ser entendido, não pode em circunstância alguma corromper, sob pena de deixar de ser poder, para passar a ser corrupção.
O poder não pode ser influente. No momento em que influencia este ou aquele acto, esta ou aquela pessoa, deixa de ser poder para a ser tráfico de influência e ruir pela base.
O poder não pode ser prepotente, porque a partir do momento  em que alguém pretende usar o poder pelo poder deixa de ter poder para passar a ser um fraco que se vale do poder para se defender a si próprio.
Todos os dias nos deparamos com actos, atitudes ou gestos dos senhores, dito poderosos, com os quais não concordamos, mas que nos custa denunciar, faltando-nos coragem para o fazer. 
O pequeno gesto do sr. fulano...passar à nossa frente na fila do banco; o estacionamento do sr. Presidente da Câmara em cima do passeio, quando ele próprio impôs coimas a quem o pratique, etc..., devem ser denunciados, é um acto de cidadania e, é em nome dessa mesma cidadania que o devemos fazer. Só assim contribuiremos para a melhoria da sociedade em que vivemos, acabando com as influências dos poderosos sobre aqueles que os guindaram ao patamar do poder.
O poder que lhes conferimos através do voto, da fé de cada um, do trabalho honesto que desenvolvemos e que lhes permitiu a obtenção de lucros que só por si jamais os conseguiriam, a não ser por actos ou meios ilícitos, merecem respeito e reciprocidade de tratamento.
Aproximam-se as eleições legislativas e autárquicas, que cada um saiba utilizar o poder do voto, real e autêntico, em benefício do bem comum, isto é, ponderemos bem a quem devemos entregar o nosso poder para ser gerido convenientemente e não hipotecado mais uma vez, como tantas vezes tem sido.

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