quarta-feira, 29 de junho de 2011

EXEMPLO

É através do exemplo que educamos os nossos filhos. O modelo de educação serve para eles copiarem. Um pai/mãe procuram dar aos filhos bons exemplos para eles seguirem ou imitarem.
Em tudo na vida o exemplo é referido para significar algo que devemos seguir para atingir um fim. Seja em casa, no trabalho, no desporto, no lazer, a palavra exemplo está sempre presente.
Na presente conjuntura política, o novo primeiro ministro Passos Coelho, no primeiro acto político após tomar posse, o Conselho Europeu de Chefes de Estado e  Primeiros Ministros, resolveu deslocar-se em classe turística em vez de classe executiva.
Este acto foi elogiado por uns e contestado por outros. Na situação económico-financeira em que o país está mergulhado esta atitude só pode ser louvada. Aqueles que a criticam não estão a agir de boa fé.
Com este exemplo o primeiro ministro pretendeu certamente dar o exemplo do que deve ser feito. Em primeiro lugar para os membros do governo, depois para os gestores públicos e funcionários públicos e por último para todos os portugueses em geral apontando o caminho para sairmos da crise, evitando despesismos desnecessários, rumo à poupança.
Nos últimos anos habituaram-nos com exemplos enganosos a consumir desregradamente, a recorrer ao crédito, a esbanjar. Esta cultura consumista instalou-se de tal forma nos hábitos dos portugueses que se tornou para a maioria uma obcessão consumir, consumir... sem olhar a meios, dando aos nossos filhos maus exemplos.
Em poucos anos tornamos os nossos filhos obesos devido aos excessos alimentares, à má nutrição, levados pelos exemplos perniciosos da fast food. 
O consumismo trouxe-nos toneladas de lixo incomportáveis dando origem a problemas ambientais irresolúveis.
O facilitismo com que encaramos as questões essenciais da vida levaram-nos à irresponsabilidade.
Um sem número de exemplos podíamos apontar para dizer que é através do exemplo, nem sempre mais adequado e correcto, que a vida se está a transformar numa incontornável ficção e nos leva para o abismo.
O país está a precisar de mais exemplos que apontem para boas práticas, do que deve ser feito para conduzir o país à libertação dos espartilhos em que a sociedade está amarrada.
O exemplo de cidadania deve ser trabalhado e apontado como o exemplo a seguir para criar uma sociedade mais justa, mais solidária, mais tolerante, mais humana, mas ao mesmo tempo mais exigente, mais rigorosa e disciplinada, mais responsável. Só assim, dando passos firmes e sólidos, poderemos enfrentar o futuro com esperança.
Tal como uma árvore que necessita de raízes bem formadas e resistentes para suportar as tempestades, também o país precisa de criar bases sólidas em que assente a sociedade, para se defender das crises  de qualquer natureza que possam assolar essa mesma sociedade.
Costuma-se dizer que a história não se repete, mas podemos dela extrair lições que nos são úteis. Já demonstramos que quando queremos conseguimos, como quando no tempo dos descobrimentos.
Não deixemos fugir esta oportunidade e sigamos os bons exemplos para nosso bem e dos nossos descendentes.  

domingo, 26 de junho de 2011

ENCRUZILHADA

A Europa está numa encruzilhada da qual dificilmente sairá. A construção da União Europeia (U.E.) tem sofrido avanços e recuos, mais destes do que daqueles e, apesar do nome, nada tem de união. O ritmo elevado em que o mundo avança, não se compadece com a marcha lenta a que esta pretensa união caminha.
Os últimos acontecimentos ocorridos na Grécia, são um teste à coesão da U. E. no seu todo. A U.E. tem de avançar pelo menos ao mesmo ritmo que o mundo avança, sob pena de perder a corrida e nem se chegar a concluir o essencial para a sua existência.
Há muito que se vem notando um afastamento dos países mais ricos dos mais pobres, denotando uma atitude pouco solidária, minando a coesão que deve existir numa comunidade deste tipo. Os encontros entre os representantes das duas economias mais importantes da comunidade europeia (Alemanha e França), à margem das reuniões normais entre todos os estados membros, são uma prova inequívoca de que não existe um pensamento e entendimento comum relativamente às grandes questões.
A Grécia não tem procedido bem, é um facto, mas se for abandonada neste momento pode deitar tudo a perder. Não se trata agora de arrastar com ela os países em dificuldades, caso da Irlanda e Portugal. Com o abandono da Grécia pela União Europeia é o fim do sistema monetário, é o descalabro e desconfiança total das instituições financeiras afectas ao sistema monetário do qual o Banco Europeu é o principal visado.
A U.E. encontra-se numa encruzilhada de difícil resolução, fruto do egoísmo e falta de coesão que alguns países demonstraram, arrogando-se em donos da «União» procurando liderar o processo, intimidando os países em dificuldades, dando origem a agitação social, principalmente na Grécia, nada benéfica para manter a estabilidade no seio da «União» que se deseja mais do que nunca, agora que vão ser pedidos sacrifícios aos que mais sofrem e mais precisam.
Cabe aos órgãos de decisão da comunidade fazerem todos os esforços para manterem vivo o espírito da «União», apelando à solidariedade entre todos e exigindo aos países em dificuldades o cumprimento integral das ajudas para a sua recuperação.
Neste momento difícil do fenómeno da globalização em que o mundo se está tentando reajustar a novos cenários, só uma união forte entre estados pode sobreviver ao impacto brutal em que a economia mundial  transformou o mundo.
Novas transformações e cenários se apresentam ao nível alimentar, ambiental, ecológico, étnico e até espiritual (religioso), para que isoladamente um país possa enfrentar sozinho, sem parcerias e uniões que criem sinergias necessárias para atacar essas confrontações e desafios.
Todos esperamos que impere o bom senso tendo por meta o bem da humanidade.