terça-feira, 14 de setembro de 2010

BANCA ROTA . . .

Está provado ao longo da história da humanidade que quem paga as "crises" são sempre os que menos podem e que as crises são regra geral ditadas pelos poderosos.
Mais uma vez quem está a pagar a primeira crise do Século XXI, provocada pelos especuladores e outros que detêm o poder político, económico e monetário, são os trabalhadores, os pobres, os pequenos e médios empresários que vivem do seu trabalho e que precisam do poder  e do capital para trabalharem  e se sustentarem. 
O capital, consciente do seu poder, não empresta de mão beijada, ou melhor, de uma forma justa, o capital necessário para qualquer um que recorra ao crédito, poder trabalhar e comer; especula e exige do poder político a satisfação das suas ambições desmedidas.
São exemplo disso as recentes medidas de funcionamento do sector bancário.
Mais uma vez o poder político cedeu em toda a linha ao sector financeiro e monetário, "disciplinando" o mercado, dizem eles, "impondo" tectos aos bancos para se auto-financiarem e criarem garantias, para não caírem na banca rota.
Em consequência disto os bancos, que já esperavam estas medidas, vão-se financiar mais uma vez à custa dos que mais precisam, aumentando os spread's, restringindo o crédito às pessoas e empresas e aumentando os juros naturalmente.
Os grandes accionistas são intocáveis, não se pode mexer no grande capital, (é deles que depende a sobrevivência da humanidade ???) pensam alguns políticos, com medo que as suas regalias e honrarias venham a ser afectadas.
Sempre o medo a imperar nas decisões dos políticos. . . até quando?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ASSIM VAI O NOSSO PAÍS. . .

Quando era criança e ainda não havia televisão, existiam os folhetins radiofónicos.Lembro-me da minha avó estar atenta ao relógio para ouvir os folhetins que diariamente eram transmitidos pela Emissora Nacional e Rádio Clube Português.
Era algo que prendia a atenção dos portugueses e os distraía de outros problemas graves que o país enfrentava.
Actualmente, quem mantém o país expectante e distraído dos problemas graves por que passamos, são os "folhetins" televisivos, que garantem trabalho, visibilidade e audiência às estações emissoras. É uma espécie de ópio para o povo.
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O "folhetim Queiroz", está para estar e durar. Começou mal e mal vai acabar.
A exorbitância do contrato foi o primeiro mal. O sr. Madaíl já se tinha esquecido do contrato "Scolari" que tanta contestação gerou na altura e foi cair no mesmo erro.
Alguns jornalistas dizem que o sr. Madaíl não toma decisões próprias e que prefere o consenso colegial, mas não é o que ele afirma, como ontem, quando disse que a decisão de contratar o prof. Carlos Queiroz fora dele, a menos que tenha duas formas de agir: Quando é para contratar é ele quem decide, quando é para despedir são os outros que decidem.
A decisão (por unânimidade) que tomou a FPF era previsível depois das declarações do sr. Secretário de Estado. Por outro lado, o seleccionador nacional não soube ter a calma e o discernimento que lhe era exigido como responsável máximo pela Selecção Nacional e entrou pela justificação na praça pública, o que não é recomendável, porque isso não jogou a seu favor na opinião pública.
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A justiça em Portugal vai de mal a pior. Até os portugueses menos atentos se apercebem disso através dos orgãos de informação, em especial da televisão.
O processo Casa Pia ou melhor o "folhetim Casa Pia" que ainda vai no primeiro capítulo, mostrou à sociedade as fraquezas  do aparelho judiciário que não corresponde às exigências da sociedade actual.
Não se pode apontar culpas só aos juízes que no meio deste turbilhão de processos que inundou os tribunais portugueses, fruto de uma proliferação de legislação nem sempre cuidada e ponderada, dando azo a interpretações diversas, sem meios ao dispor para tornar mais célere a resolução desses processos, são agora os visados e apontados como os responsáveis por tudo.
Vivemos numa democracia recente (que já tem 35 anos) onde foram e continuam a ser cometidos muitos erros, onde não se planeia nada, antes se age em função do imediato, sem metas nem objectivos.
Era inevitável que o que está a acontecer na justiça como noutros sectores da vida económica e social, viessem a suceder mais tarde ou mais cedo.
Ainda há bem pouco tempo se "coziam" os processos nos tribunais como há séculos atrás se fazia. O suporte informático não existia, os funcionários mal podiam trabalhar com processos amontoados ao seu redor, as instalações eram exíguas e obsoletas (ainda o são em alguns casos), os juízes não tinham gabinetes, não havia salas para ouvir as testemunhas com prejuízo para o segredo de justiça, etc, etc, . . . 
Por tudo isto e muito mais que ficou por enumerar, era previsível que um mega-processo como este que levou cerca de oito anos a concluir, tivesse um desfecho desta natureza.
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O desastre ocorrido em Marrocos com um autocarro em que viajavam portugueses que efectuavam um cruzeiro no paquete Funchal, deixou-nos a todos consternados, pela violência do acidente e pelo elevado número de vítimas mortais (9) e de feridos graves e ligeiros.
A assistência prestada pelas autoridades Marroquinas (segunda os media) não foi tão pronta quanto se exigia, porém, o nosso governo respondeu prontamente, enviando o sr. Secretário de Estado das Comunidades para o local, a fim de providenciar o transporte dos mortos e feridos para Portugal.
Louva-se o empenho e apoio às vítimas e familiares das pessoas falecidas, como noutros casos idênticos já foi feito.
Recorda-se aqui o caso dos militares mortos em combate ao serviço da Pátria que ficaram sepultados em campa rasa nas antigas colónias portuguesas,actuais estados lusófonos e que ainda não tiveram direito à transladação para Portugal, por quem lutaram e perderam a vida. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"FUTEBOLADAS"

O "folhetim Queirós" está na moda. Talvez venha a abrandar e a esmorecer com o novo tema, "o velho folhetim Casa Pia" que voltou à ribalta com a leitura da sentença e condenação de todos os arguidos.
Antes que caia no esquecimento, e agora que o processo "caseiro" terminou, com o desfecho tanto desejado pelo Senhor Secretário de Estado, do castigo do Seleccionador Nacional professor Carlos Queirós,  como deixou transparecer em conferência de imprensa, não posso deixar de referir um episódio que por certo não passou despercebido à maioria dos portugueses que habitualmente visualizam a RTP1/RTPN.
Sempre que os noticiários destes dois canais nacionais oficiais abordavam o caso rocambolesco que envolveu a Selecção Nacional, nomeadamente o treinador professor Carlos Queirós, apresentavam as mesmas imagens, mostrando a figura do seleccionador irritado com qualquer facto ocorrido certamente num jogo da selecção, tirando o casaco e arremessando-o ao chão, numa atitude de protesto.
Esta sequência de imagens (que não representa os acontecimentos) não abona nada a favor do seleccionador, convenhamos. A escolha da imagem do responsável da Selecção Nacional devia ter sido mais bem cuidada e imparcial, de forma a não dar azo a especulações ou comentários que ponham em causa a credibilidade e idoneidade do visado.
Nada tenho contra uns nem contra outros, antes me move um sentimento de louvor por quem representa o meu país quer numa quer noutra posição: ao seleccionador enquanto responsável pela Selecção de Futebol do meu país a quem desejo alcance os maiores sucessos; aos canais de televisão nacionais enquanto orgãos difusor es de notícias, desejo que exprimam a verdade dos factos de forma isenta e imparcial.
O que me surpreende neste processo, é o aproveitamento de uma situação descontextualizada - o estado irritado do seleccionador num determinado contexto - que nada tem a ver com a situação factual em análise.
Esta forma dissimulada e aparentemente inofensiva como certos orgãos de comunicação social apresentam as notícias, valendo-se da força da imagem que, como é do conhecimento de todos - uma boa imagem vale mais que muitas palavras ou depoimentos - constrange-me e faz-me descrer da veracidade noticiosa desses orgãos.
Todos sabemos que existem várias formas de dizer uma coisa, mas a verdadeira é só uma. Os jornalistas com "J" são aqueles para quem só existe uma verdade e apresentam-na de forma clara e objectiva, sem subterfúgios nem truques de linguagem ou de imagem.