O tema do Fórum da T.S.F. desta manhã era sobre emprego. Fala-se muito na falta de emprego, da necessidade de criar emprego, de como criar emprego, mas não se fala de preencher o emprego que há em certos sectores e que ninguém está interessado nele.
Os portugueses, no seu país, dão-se ao luxo de escolher e rejeitar certo tipo de emprego para o qual estão qualificados, no entanto, quando emigram, aceitam todo o tipo de emprego, inclusive aquele que no seu país rejeitaram.
Como explicar tudo isto? Por vergonha, por orgulho, desprestígio! Talvez um pouco de tudo, o que é lamentável.
Invocam na maioria dos casos, razões salariais mais elevadas, mas raramente referem as condições de trabalho a que se sujeitam para garantir emprego, quantas vezes precário e ilegal.
As razões salariais não são motivo que justifique a ausência do pais e dos familiares, por que em geral, a diferença salarial é inferior ao desnível do custo de vida desses países relativamente ao nosso.
A alimentação, os transportes, as rendas de casa, são mais elevadas na maioria dos países de emigração. O que acontece é que esses emigrantes, que rejeitam emprego no seu país, sujeitam-se a alimentar-se mais comedidamente, a irem para o trabalho a pé para economizar o passe do transporte e a viverem em casas sem condições mínimas, até por vezes em bairros de lata, coisa que no seu país em circunstância alguma aceitariam.
Ainda há bem pouco tempo, uma fábrica duma multinacional que se instalou recentemente no distrito de Viana do Castelo, teve dificuldade em contratar pessoal para iniciar a laboração da fábrica. Alegavam os que foram à entrevista que era pouco dinheiro para o trabalho que lhes propunham.
O fundo de desemprego, da forma como está a ser aplicado, não incentiva a quem se encontra numa situação crítica de desemprego, a procurá-lo para melhorar a situação de vida instável em que se encontra o desempregado, pelo contrário, constitui um estímulo ao desemprego.
O fundo de desemprego não pode suportar uma avalanche tão grande de desempregados durante tanto tempo, sustentado apenas por um cada vez mais reduzido número de contribuintes activos, sob pena de se dar o colapso económico-financeiro desse fundo (se é que já não se deu?).
Se os braços válidos que existem neste país se dispusessem a trabalhar, rapidamente sairíamos da crise em que vivemos constantemente. Para que este cenário se concretizasse só eram precisas duas coisas, confiança e seriedade.
Confiança da parte do trabalhador esperando que no final do mês o empregador lhe pague o salário justo em função do trabalho que efectuou. Seriedade do empregador que respeitando o princípio de "para trabalho igual salário igual", cumpriria com este dever fundamental.
O respeito mútuo entre empregador/trabalhador são a base do sucesso de qualquer actividade e contribuem para o crescimento da mesma e do país.
Cabe ao governo da nação fiscalizar as duas partes, criando regras simples, mas eficazes, para que o trabalho seja cumprido e dignificado.
Está nos manuais que a força do trabalho é o capital mais importante que um país tem para crescer a todos os níveis, cultural, social e económico.
Outro slogan que aprendemos,"é pelo trabalho que o homem se dignifica". Sem dúvida que o resultado de quem trabalha é um valor comparado com o resultado de quem nada faz.
Saibamos dignificar-nos, trabalhando para nosso benefício pessoal e da humanidade. Denunciemos os que nada fazem e incentivemo-los a trabalhar.
Costuma-se dizer que o trabalho dá saúde. É um facto que quando se anda absorvido com o trabalho não se pensa em doenças e muitas delas, especialmente as do foro psíquico desaparecem, porque não magicamos nelas.
Sou a favor do trabalho e contra o ócio. O trabalho não traz mal ao mundo enquanto o ócio só traz vício e mal.
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