Nem sempre sabemos dar valor aquilo que temos.
Isto vem a propósito de uma situação real que estou a constatar neste momento, em que me deleito, despreocupadamente, na esplanada da praia do Coral, vendo um indivíduo de cerca de 50 ou mais anos, que se movimenta de um lado para o outro, senta-se, levanta-se e olha insistentemente para um casal que se encontra a meu lado, de cerca de setenta anos ou mais, como querendo comunicar-lhes qualquer coisa.
Aos poucos, e sem querer, fui-me apercebendo que o indivíduo apresentava uma deficiência não muito visível, porque não era física, mas do foro psicológico.
Pareceu-me e confirmei-o daí a pouco, tratar-se de uma pessoa que apresentava sinais indeléveis de demência, que pude detectar quando a senhora lhe indicou um barco que saía a barra, era um veleiro; ele, titubeando, foi dizendo que era um barco de pesca e mais umas quantas palavras desconexas.
Constatei que era calmo e, à parte os sinais que referi, apresentava uma postura simpática e meiga, sinal que recebia afecto e carinho, mas que tinha estima e respeito pelas pessoas com quem lidava. Ficava focado nelas, como uma criança que não larga os pais com medo de perdê-los; era uma criança grande.
Reparei que o senhor levantou-se para ir à casa de banho e o indivíduo seguiu-o com o olhar e estava constantemente a olhar para a porta por onde ele entrou, só desviando o olhar quando ele saiu, mostrando um ar de satisfação.
Não me consegui aperceber se era filho do casal ou um irmão mais novo de algum deles. Para o caso este pormenor é de somenos importância.
O senhor mais idoso perguntou-lhe: - Vamos para o hotel? Ao que o mais novo respondeu:- Está bem! E, logo que a senhora chegou, vinda da casa de banho, lá foram.
Veio-me então à ideia que a maior parte das vezes nós, aqueles que temos filhos ou familiares saudáveis, sem problemas físicos ou psicológicos, portanto seres normais, estamos insatisfeitos ;ou porque eles são irrequietos ou preguiçosos; ou porque não comem ou comem demais; ou por isto ou por aquilo...!
Costuma-se dizer: - "a cada um a sua cruz". Este casal tem a cruz deles, não parece muito pesada aos nossos olhos, mas é a cruz deles, somente eles a poderão avaliar.
Todos temos problemas, uns mais outros menos consoante o nosso estado de alma e a nossa disponibilidade e receptividade para encarar as situações.
O importante é valorizar cada momento da vida considerando-o o mais importante em cada instante.
Se assim procedermos viveremos em paz e felizes com aquilo que temos.
Isto vem a propósito de uma situação real que estou a constatar neste momento, em que me deleito, despreocupadamente, na esplanada da praia do Coral, vendo um indivíduo de cerca de 50 ou mais anos, que se movimenta de um lado para o outro, senta-se, levanta-se e olha insistentemente para um casal que se encontra a meu lado, de cerca de setenta anos ou mais, como querendo comunicar-lhes qualquer coisa.
Aos poucos, e sem querer, fui-me apercebendo que o indivíduo apresentava uma deficiência não muito visível, porque não era física, mas do foro psicológico.
Pareceu-me e confirmei-o daí a pouco, tratar-se de uma pessoa que apresentava sinais indeléveis de demência, que pude detectar quando a senhora lhe indicou um barco que saía a barra, era um veleiro; ele, titubeando, foi dizendo que era um barco de pesca e mais umas quantas palavras desconexas.
Constatei que era calmo e, à parte os sinais que referi, apresentava uma postura simpática e meiga, sinal que recebia afecto e carinho, mas que tinha estima e respeito pelas pessoas com quem lidava. Ficava focado nelas, como uma criança que não larga os pais com medo de perdê-los; era uma criança grande.
Reparei que o senhor levantou-se para ir à casa de banho e o indivíduo seguiu-o com o olhar e estava constantemente a olhar para a porta por onde ele entrou, só desviando o olhar quando ele saiu, mostrando um ar de satisfação.
Não me consegui aperceber se era filho do casal ou um irmão mais novo de algum deles. Para o caso este pormenor é de somenos importância.
O senhor mais idoso perguntou-lhe: - Vamos para o hotel? Ao que o mais novo respondeu:- Está bem! E, logo que a senhora chegou, vinda da casa de banho, lá foram.
Veio-me então à ideia que a maior parte das vezes nós, aqueles que temos filhos ou familiares saudáveis, sem problemas físicos ou psicológicos, portanto seres normais, estamos insatisfeitos ;ou porque eles são irrequietos ou preguiçosos; ou porque não comem ou comem demais; ou por isto ou por aquilo...!
Costuma-se dizer: - "a cada um a sua cruz". Este casal tem a cruz deles, não parece muito pesada aos nossos olhos, mas é a cruz deles, somente eles a poderão avaliar.
Todos temos problemas, uns mais outros menos consoante o nosso estado de alma e a nossa disponibilidade e receptividade para encarar as situações.
O importante é valorizar cada momento da vida considerando-o o mais importante em cada instante.
Se assim procedermos viveremos em paz e felizes com aquilo que temos.
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