sexta-feira, 5 de agosto de 2011

COMO VAI ESTE PAÍS ... (2)

Os Serviços Municipalizados de Saneamento Básico de Viana do Castelo (SMSBVC), tiveram o cuidado e bom senso de avisar os moradores de várias ruas da cidade, entre as quais a minha, da remodelação que vão efetuar na rede de abastecimento de água, alertando para o condicionamento de trânsito e possíveis perturbações no fornecimento de água. Louvo esta atitude que já vai sendo usual por parte de alguns responsáveis.
Hoje, quando pretendia entrar em casa com a minha mulher e os meus netos, impacientes e a necessitar de cuidados primários, fui surpreendido com o portão automático não abrir. Calculei logo que se tratava de falta de energia elétrica e socorri-me do vizinho para poder entrar para o interior e tentar abri-lo manualmente, o que não consegui devido ao desgaste da chave de abertura manual.
Pelo mesmo processo que entrei, assim entraram a minha mulher e os meus netos, solucionando o impedimento momentâneo, mas incómodo.
Pelo vizinho, soube, que a máquina que se encontra a cerca de 20 metros a quebrar o passeio,  para abrir uma vala para a passagem dos tubos de água, cortou um cabo elétrico que alimenta as residências da área.
Há dias, no princípio do mês de julho, quando começaram as obras, as crianças dum infantário tiveram de ser evacuadas, por que a máquina cortou um tubo de gás natural. O caso podia ter sido grave e de proporções inimagináveis.
Estes e outros inconvenientes, como por exemplo partir os passeios e esventrar as ruas a todo o momento, sempre que é necessário uma intervenção numa das redes (PT, Gás, EDP, água, saneamento, etc), deixando quer os passeios quer as ruas desniveladas causando problemas aos peões e aos próprios automóveis na passagem, especialmente de inverno criando poças incómodas podia e devia ser evitado.
Há cerca de 40 anos, numa ida a terra, na Noruega, para abastecimento do navio da pesca do bacalhau em que andava embarcado, fiquei agradávelmente encantado com a forma como era feita uma rua. Pelo centro da futura artéria havia uma vala (que se viria a transformar numa galeria subterrânea) com cerca de 2,5 metros de profundidade por  2 metros de largura destinada a passar todas as redes que mencionei. Este pormenor, de uma importância estratégica, económica, etc., soluciona os inconvenientes de avarias e remodelação das respetivas redes.
O investimento inicial é maior mas compensa, não só as redes porque podem resolver mais eficazmente as avarias sem causar transtornos, como aos utentes que não estão sujeitos aos incómodos e perigos que sempre acarretam os trabalhos de abrir e tapar as valas que as diversas redes abrem. Por vezes acontece que, com pequenos intervalos de tempo, acaba uma de intervir e vem logo outra, esventrar a rua, tornando-a um montão de pedras e terra que esvoaça  no verão e enlameia no inverno.
Não estou a acusar diretamente os SMBSVC, o caso é nacional. Não se pode remodelar tudo de um dia para o outro, ou até mesmo numa geração. Penso que é necessário legislar para futuro de forma que as novas ruas ou remodelações de ruas antigas, sejam feitas nestas ou outras condições mais modernas que as que vi há 40 anos na Noruega.
Não quero sequer pensar que este atraso se deve a interesses ocultos que induzem o legislador a não ter a ousadia de apostar na modernização e melhoria da qualidade de vida das populações. Seria grave.
Viana do Castelo, 2011-07-29
maolmar@gmail.com

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