sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"FUTEBOLADAS"

O "folhetim Queirós" está na moda. Talvez venha a abrandar e a esmorecer com o novo tema, "o velho folhetim Casa Pia" que voltou à ribalta com a leitura da sentença e condenação de todos os arguidos.
Antes que caia no esquecimento, e agora que o processo "caseiro" terminou, com o desfecho tanto desejado pelo Senhor Secretário de Estado, do castigo do Seleccionador Nacional professor Carlos Queirós,  como deixou transparecer em conferência de imprensa, não posso deixar de referir um episódio que por certo não passou despercebido à maioria dos portugueses que habitualmente visualizam a RTP1/RTPN.
Sempre que os noticiários destes dois canais nacionais oficiais abordavam o caso rocambolesco que envolveu a Selecção Nacional, nomeadamente o treinador professor Carlos Queirós, apresentavam as mesmas imagens, mostrando a figura do seleccionador irritado com qualquer facto ocorrido certamente num jogo da selecção, tirando o casaco e arremessando-o ao chão, numa atitude de protesto.
Esta sequência de imagens (que não representa os acontecimentos) não abona nada a favor do seleccionador, convenhamos. A escolha da imagem do responsável da Selecção Nacional devia ter sido mais bem cuidada e imparcial, de forma a não dar azo a especulações ou comentários que ponham em causa a credibilidade e idoneidade do visado.
Nada tenho contra uns nem contra outros, antes me move um sentimento de louvor por quem representa o meu país quer numa quer noutra posição: ao seleccionador enquanto responsável pela Selecção de Futebol do meu país a quem desejo alcance os maiores sucessos; aos canais de televisão nacionais enquanto orgãos difusor es de notícias, desejo que exprimam a verdade dos factos de forma isenta e imparcial.
O que me surpreende neste processo, é o aproveitamento de uma situação descontextualizada - o estado irritado do seleccionador num determinado contexto - que nada tem a ver com a situação factual em análise.
Esta forma dissimulada e aparentemente inofensiva como certos orgãos de comunicação social apresentam as notícias, valendo-se da força da imagem que, como é do conhecimento de todos - uma boa imagem vale mais que muitas palavras ou depoimentos - constrange-me e faz-me descrer da veracidade noticiosa desses orgãos.
Todos sabemos que existem várias formas de dizer uma coisa, mas a verdadeira é só uma. Os jornalistas com "J" são aqueles para quem só existe uma verdade e apresentam-na de forma clara e objectiva, sem subterfúgios nem truques de linguagem ou de imagem. 


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