sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ASSIM VAI O NOSSO PAÍS. . .

Quando era criança e ainda não havia televisão, existiam os folhetins radiofónicos.Lembro-me da minha avó estar atenta ao relógio para ouvir os folhetins que diariamente eram transmitidos pela Emissora Nacional e Rádio Clube Português.
Era algo que prendia a atenção dos portugueses e os distraía de outros problemas graves que o país enfrentava.
Actualmente, quem mantém o país expectante e distraído dos problemas graves por que passamos, são os "folhetins" televisivos, que garantem trabalho, visibilidade e audiência às estações emissoras. É uma espécie de ópio para o povo.
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O "folhetim Queiroz", está para estar e durar. Começou mal e mal vai acabar.
A exorbitância do contrato foi o primeiro mal. O sr. Madaíl já se tinha esquecido do contrato "Scolari" que tanta contestação gerou na altura e foi cair no mesmo erro.
Alguns jornalistas dizem que o sr. Madaíl não toma decisões próprias e que prefere o consenso colegial, mas não é o que ele afirma, como ontem, quando disse que a decisão de contratar o prof. Carlos Queiroz fora dele, a menos que tenha duas formas de agir: Quando é para contratar é ele quem decide, quando é para despedir são os outros que decidem.
A decisão (por unânimidade) que tomou a FPF era previsível depois das declarações do sr. Secretário de Estado. Por outro lado, o seleccionador nacional não soube ter a calma e o discernimento que lhe era exigido como responsável máximo pela Selecção Nacional e entrou pela justificação na praça pública, o que não é recomendável, porque isso não jogou a seu favor na opinião pública.
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A justiça em Portugal vai de mal a pior. Até os portugueses menos atentos se apercebem disso através dos orgãos de informação, em especial da televisão.
O processo Casa Pia ou melhor o "folhetim Casa Pia" que ainda vai no primeiro capítulo, mostrou à sociedade as fraquezas  do aparelho judiciário que não corresponde às exigências da sociedade actual.
Não se pode apontar culpas só aos juízes que no meio deste turbilhão de processos que inundou os tribunais portugueses, fruto de uma proliferação de legislação nem sempre cuidada e ponderada, dando azo a interpretações diversas, sem meios ao dispor para tornar mais célere a resolução desses processos, são agora os visados e apontados como os responsáveis por tudo.
Vivemos numa democracia recente (que já tem 35 anos) onde foram e continuam a ser cometidos muitos erros, onde não se planeia nada, antes se age em função do imediato, sem metas nem objectivos.
Era inevitável que o que está a acontecer na justiça como noutros sectores da vida económica e social, viessem a suceder mais tarde ou mais cedo.
Ainda há bem pouco tempo se "coziam" os processos nos tribunais como há séculos atrás se fazia. O suporte informático não existia, os funcionários mal podiam trabalhar com processos amontoados ao seu redor, as instalações eram exíguas e obsoletas (ainda o são em alguns casos), os juízes não tinham gabinetes, não havia salas para ouvir as testemunhas com prejuízo para o segredo de justiça, etc, etc, . . . 
Por tudo isto e muito mais que ficou por enumerar, era previsível que um mega-processo como este que levou cerca de oito anos a concluir, tivesse um desfecho desta natureza.
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O desastre ocorrido em Marrocos com um autocarro em que viajavam portugueses que efectuavam um cruzeiro no paquete Funchal, deixou-nos a todos consternados, pela violência do acidente e pelo elevado número de vítimas mortais (9) e de feridos graves e ligeiros.
A assistência prestada pelas autoridades Marroquinas (segunda os media) não foi tão pronta quanto se exigia, porém, o nosso governo respondeu prontamente, enviando o sr. Secretário de Estado das Comunidades para o local, a fim de providenciar o transporte dos mortos e feridos para Portugal.
Louva-se o empenho e apoio às vítimas e familiares das pessoas falecidas, como noutros casos idênticos já foi feito.
Recorda-se aqui o caso dos militares mortos em combate ao serviço da Pátria que ficaram sepultados em campa rasa nas antigas colónias portuguesas,actuais estados lusófonos e que ainda não tiveram direito à transladação para Portugal, por quem lutaram e perderam a vida. 

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