quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A VERDADE DAS NOTÍCIAS

Todos os dias somos confrontados, através da televisão ou dos jornais, com notícias dúbias, falhas de conteúdo ou, o que é mais grave, imprecisas e enganadoras.
A ânsia de dar a notícia mais rápido que a estação concorrente, leva muitas vezes o jornalista a não ser suficientemente preciso e exacto na notícia, induzindo o ouvinte em erro que  vai engrossando por efeito de bola de neve.
Há dias um jornalista, ao pretender fazer um relato dos acontecimentos catastróficos que recentemente ocorreram na Madeira, a propósito de uma bomba de esgoto, montada para extrair a água das caves de um centro comercial alagado, onde se encontravam carros estacionados e se presumia estivessem pessoas, dizia que a bomba estava avariada, para de imediato ser desmentido, em directo, por um responsável dos trabalhos de drenagem que estava a operar com a dita bomba, dizendo que a mesma estava parada para ser transferida para a 2ª cave, aguardando pela abertura de um furo na lage do pavimento para passar o tubo de drenagem.
No mesmo dia essa estação de televisão estava preocupada com o número de mortos e apontava erros e discrepâncias ao Governo Regional relativamente aos dados fornecidos. Estou de acordo que o Governo Regional devia falar a uma só voz e fornecer dados únicos para não induzir os jornalistas  que veínculam a informação, a darem números inexactos. Também compreendo que a catástrofe tenha desviado as atenções dos governantes para questões mais importantes e tenham descurado os canais de comunicação interdepartamentais, necessários a uma informação unívoca. O que já não compreendo é que os mesmos que erraram de manhã ao dar uma notícia em directo, sem confirmarem primeiro a veracidade, agindo apenas por suposição, afirmando que a bomba estava avariada, estejam daí a pouco a contestar os números de mortos avançados por fontes diferentes do Governo Regional.
O jornalista tem únicamente a missão de informar enquanto que o Governo tem outras tarefas mais importantes para se preocupar, especialmente num cenário de catástrofe. É irrelevante neste momento saber ao certo o número exacto de mortos, mas é importante saber se estão a ser tomadas as medidas correctas para debelar a catástrofe e não se deve diminuir a acção dos outros apontando defeitos, mas auxiliando com soluções para resolver os problemas.
Se cada um de nós agisse de forma a fazer o seu trabalho, executando as tarefas de cada um com a preocupação da perfeição, dando o seu melhor  sem subterfúgios e ambiguidades, este mundo seria certamente melhor.

Sem comentários:

Enviar um comentário