segunda-feira, 31 de agosto de 2009

PONTO DE VISTA

Conforme o local em que nos situamos assim é a nossa visão das coisas que nos rodeiam.
Quando subimos a uma montanha, à medida que vamos progredindo na subida, vamos tendo novos horizontes, consequentemente pontos de vista diferentes.
É costume aplicar-se "ponto de vista" quando nos referimos a uma opinião dizendo: - "É o meu ponto de vista..." ou "do meu ponto de vista...".
Na minha opinião ou do meu ponto de vista, considero que devemos respeitar as opiniões (pontos de vista) dos outros embora nem sempre concordemos com elas.
A formação da opinião tem muitas variantes consoante a posição (ponto de vista) em que cada um se encontre.
A formação da opinião é educacional, social, política, económica em suma cultural. Ela é educacional enquanto depende da forma como fomos educados em casa e na escola. Se recebemos em casa e/ou na escola uma educação pautada pelos princípios da honestidade, humildade, solidariedade, bondade, etc, com certeza que ao emitirmos o nosso ponto de vista este se baseará nestes valores. Se pelo contrário a educação que recebemos foi contrária a estes princípios básicos a que deve obedecer a formação educacional de todo o ser humano, naturalmente que agiremos em conformidade com aquilo que recebemos. Costuma-se dizer "quem não recebeu não pode dar"ou "damos consoante recebemos".
Socialmente, o meio em que crescemos e nos movimentamos tem muita influência na formação da opinião. O menino que cresceu no bairro de lata, na favela, habituado a lidar com as dificuldades e adversidades do meio que o rodeia e lhe é familiar, moldou-o de tal forma que dificilmente muda a sua maneira de ser, de pensar e de agir, contribuindo assim para a formação do seu ponto de vista, opinando de maneira diferente daquele que nasceu numa mansão e cresceu sempre num ambiente proteccionista e seguro, rodeado de criados, protegido de tudo o que lhe possa causar malefícios.
O factor económico, muito ligado ao social, tem a ver essencialmente com o dinheiro, esse vil metal que faz girar o mundo e que influencia grandemente a formação da opinião consoante se tem ou não dinheiro. O indivíduo que é detentor de riqueza, que não lhe custou a ganhar, porque foi herdada ou conseguida duma forma desonesta e fácil, tem um ponto de vista diferente do indivíduo que é pobre por nascimento, para quem o dinheiro custa a ganhar, porque lhe sai do corpo o esforço diário para ganhar um ordenado que na maior parte das vezes mal chega ou não chega mesmo para se sustentar e aos seus.
A opinião política é mais complexa de definir porque é consequência de várias variantes, que a condicionam e influenciam. Não existe uma regra geral que suporte a posição política que cada um assume. Uns são de esquerda porque na família tiveram ou têem alguém que sempre defendeu os princípios de esquerda, da igualdade, fraternidade, solidariedade, nem sempre exequíveis, mas que se aceitam em respeito ao princípio da ACEITAÇÃO.
Outros são de direita, também por influência de antecedentes familiares, mas também porque a direita para além do humanismo, defende ainda valores patrimoniais intangíveis e conservadores com que se identificam.
Não quero com isto, caracterizar as ideologias de esquerda e de direita, que são naturalmente mais abrangentes. Referi apenas aspectos simplistas da formação da opinião política.
Há muitas pessoas que não sabem explicar porque são de esquerda ou de direita. Um amigo meu disse-me um dia, a este propósito, que era como ser do clube A ou B. É-se, não tem explicação ou então são tantos os factores que nenhum prevalece sobre o outro, é uma confusão, daí os que andam sempre a saltar de partido em partido, jamais se encontrando.
Neste momento político que atravessamos, com duas eleições pela frente a menos de um mês, seria bom que os políticos apresentassem soluções para resolver os problemas do país, consoante a sua opinião política, sem confrontos, nem ofensas pessoais, respeitando as ideias de cada um, deixando ao eleitor a possibilidade de formar uma opinião clara e consciente, sem confusões nem pressões.
Que os políticos saibam respeitar os pontos de vista uns dos outros defendendo sempre o princípio da ACEITAÇÃO, sem fugir à verdade.

Sem comentários:

Enviar um comentário