segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O CENTRÃO

Tenho ouvido muitas versões e opiniões acerca do "Centrão". Para mim o "Centrão" é um movimento invisível que se desloca ora para a esquerda ora para a direita consoante os interesses pessoais.
Este movimento não é recente, surge na monarquia liberal movendo-se alternadamente ora para os Progressistas ora para os Regeneradores.
Na I República andou perdido, disperso por diversos partidos sem se encontrar, pulverizando-se pelos partidos que então proliferavam.
Na ditadura ficou mudo e quedo, amordaçado; manteve-se silencioso, expectante, esperançado ressuscitar um dia.
Finalmente a liberdade com o 25 de Abril. As portas abriram-se inesperadamente e, como uma avalanche, irrompeu descontroladamente, sem que estivesse preparado para enfrentar a luz do dia que despontava na sua frente. Ficou incrédulo, confuso, cambaleante como alguém que sai do fundo do túnel e que a luz cega. Encostou-se a quem lhe estendeu a mão e lhe deu amparo, libertando-o da cegueira a que a ditadura o tinha conduzido durante 48 longos anos, que lhe toldaram o querer, o sentir e agir de modo próprio.
Pouco a pouco foi-se adaptando e agindo em função dos próprios interesses e começou gradualmente de impor  a sua vontade, condicionando o poder a todos os níveis: local, regional, social, económico, político, cultural e nacional.
É no fundo um poder invisível que os políticos temem e que os enreda numa teia bem urdida e tecida como a que a aranha tece para envolver a sua presa, que fica amarrada sem poder fugir.
Esse poder invisível , sem rosto, é anónimo e incontrolável, move-se a seu belo prazer; se entende que se deve aliar à esquerda, porque esta lhe dá melhores benefícios, fá-lo sem avisar, é enganador, não respeita as sondagens deixando tudo e todos estupefactos, o mesmo acontecendo quando resolve virar à direita.
É por isso uma força oculta que assusta os políticos deixando-os na maior parte das vezes sem saber como agir perante o imponderável.
Bem ou mal, quem comanda de forma invisível, dissimulada, imprevisível, os destinos do país para o bem ou para o mal, consoante a opinião de cada um , é o"Centrão".

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